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Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e pela Paz
Hoje celebramos o Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e pela Paz. Esta data foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2013, com o objetivo de reconhecer o papel do esporte como ferramenta para promover a paz, o desenvolvimento e a cooperação entre povos e nações.
O esporte tem o poder de unir pessoas de diferentes origens e culturas em torno de valores comuns, como a solidariedade, a igualdade e o respeito mútuo. Além disso, pode desempenhar um papel importante na promoção da saúde, da educação e do desenvolvimento humano, especialmente em comunidades vulneráveis e em países em desenvolvimento.
Para celebrar a data, as atletas Andressa Alves e Daniela Alves, contaram um pouco de suas trajetórias , e a importância do esporte em suas vidas.
Andressa Alves
Minha história no esporte começa desde pequena, quando jogava futebol na rua. Aos 16 anos, entrei para o Juventus da Mooca, em São Paulo. Foi meu primeiro clube, onde pude me profissionalizar e crescer durante os três anos em que lá permaneci.
Passei pela Sub-20, cheguei na seleção principal em 2012, e depois de três anos tive a oportunidade de jogar na Copa do Mundo do Canadá e na França, em 2015. Após uma temporada, fui para o Barcelona, onde joguei por três temporadas, e hoje, estou há quatro defendendo a camisa da Roma.
Hoje tenho mais de 100 jogos com a seleção. Quando olho para trás, vejo o quanto era difícil acreditar que eu daria certo jogando futebol. No começo eu não recebia nada, jogava por amor. Eu tinha apenas o sonho de me tornar uma atleta, e a incerteza de não saber se conseguiria realizar aquele sonho.
Havia sempre o medo e o questionamento de ter passado da idade de estudar, e de que nada daria certo. Naquela época, não havia apoio ao futebol feminino no Brasil. Era uma outra realidade, bem diferente da atual, onde é normal vermos atletas sendo apoiadas por marcas e patrocinadores.
Passei por grandes dificuldades, mas no final vejo que valeu muito a pena! Eu tenho muito orgulho da minha carreira!
Daniela Alves
Meu desafio no esporte começou dentro da minha casa. Enfrentei muita resistência dos meus pais, nordestinos e conservadores, e que tinham uma visão de que futebol era apenas para meninos. Havia um grande preconceito quando o assunto era menina jogar futebol.
Derramei muitas lágrimas até poder iniciar no esporte, sendo que havia um campo no quintal da minha casa! Tive a sorte de contar com o apoio e a intervenção dos meus tios para que pudesse praticar o meu esporte.
Aos 13 anos, consegui começar a jogar, mesmo sofrendo resistência por ser nova. Devido à pouca idade, os treinadores tinham receio de me colocar em campo. Mas bastou uma única oportunidade para eu mostrar do que era capaz. Entrei numa partida, e dali em diante nunca mais fui para o banco de reservas.
Em 1999, com 15 anos de idade, chego à Seleção Brasileira, enfrentando mais um desafio: o regulamento da FIFA. Somente atletas a partir dos 16 anos de idade podiam participar. Chorei mais uma vez. Desta vez por não poder participar de uma Copa do Mundo, mas não desisti e continuei trabalhando.
No mesmo ano, de volta à seleção, participei de um torneio nos Estados Unidos, a Copa Nike, e no ano seguinte, já com 16 anos, vou à minha primeira Olimpíada.
Fiquei cinco anos fora do futebol, mas durante esta fase eu percebi que eu não era feliz sem o esporte. Minha alegria sempre foi o futebol.
Passei por algumas dificuldades, mas nunca desisti. Tive bons treinadores, que entraram na luta pelo futebol feminino, como René Simões, Zé Duarte, Jorge Barcelos e Marcelo, que me ajudaram a crescer no esporte e a enfrentar as dificuldades que vivia na época.
Sou ex-atleta da Seleção Brasileira, joguei no Brasil e no exterior, e atualmente sou treinadora do Uberlândia Esporte Clube.